Primeiro o autor: Andrei Kurkov nasceu em 1961, na Ucrânica. É escritor, jornalista e roteirista. Autor de treze romances e novelas, cinco livros infantis e mais de vinte roteiros para filmes e documentários cinematográficos, foi editor da revista Dnipro. Na imprensa européia, é conhecido por retratar por um um viés ácido e com toques de nonsense o cotidiano colapsado de uma sociedade pós-União Soviética.
É o que se lê nas orelhas do livro "A morte de um estranho", lançado aqui no Brasil pela editora "A girafa", em 2006, traduzido do russo por Nivaldo Santos. O autor é best-seller, seu romance "Piquenique no gelo" vendeu mais de 150 mil exemplares. Mas isso não quer dizer nada. O livro "A morte de um estranho" é bom, é excelente, tem um humor sarcástico, bastante irônico. A trama é interessantíssima, eu recomendo.
Vai um trecho aí logo do início do romance:
"Noite. Cozinha. Escuridão. Simplesmente desligaram a eletricidade e a luz apagou. Na escuridão ouviam-se os passos do pingüim Micha; ele aparecera na casa de Viktor um ano atrás, no outono, quando o zoológico distribuíra animais famintos a todos que pudessem sustentá-los. Então Viktor pegara um pingüim real. Exatamente uma semana antes disso, sua namorada o havia deixado. Ele ficara sozinho, e o pingüim Micha trouxera consigo a sua própria solidão; agora, os dois solitários simplesmente completavam um ao outro, criando a impressão mais de interdependência do que de amizade."
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