30 de setembro de 2006

A Editora Objetiva lançou neste setembro um grande romance: A hora azul. O autor é o peruano Alonso Cueto.

20 de setembro de 2006

But a year after swapping boudoirs for book signings, she has sold more than 140,000 copies in Brazil - a vast number in a country obsessed by soap opera, where publishing companies generally struggle to shift a tenth of that.

Trecho da matéria publicada no jornal "The Guardian", dia 17 de setembro, sobre a nossa ilustre escritora Bruna Surfistinha. Paulo Coelho que se cuide...

Um ano após trocar os quartos pelas salas de autógrafos, ela vendeu mais de 140 mil livros no Brasil - um número significativo para um país obcecado pelas telenovelas, onde as editoras se esforçam para vender um décimo desse número.


Peraí. Um décimo? Esses caras estão por fora. Quem aqui neste país tropical, abençoado por Deus, vende quatorze mil cópias? Quem vende mil? Quem vende seiscentas? E sequer estou falando de LITERATURA... Eu tenho CINCO dedos. Quem dá mais?
Em breve minha estréia nas páginas do Leia Livro.

19 de setembro de 2006

Logo enfim vou estar bem morto apesar de tudo. Talvez mês que vem. Vai ser abril ou maio. O ano ainda é uma criança, mil sinaizinhos me dizem. Quem sabe esteja errado, quem sabe consigo chegar até o dia da festa de São João Batista ou até mesmo o quatorze de julho, festa da liberdade. Qual o quê, sou bem capaz de durar até a Transfiguração, me conheço bem, ou até a Assunção. Mas não acredito, não acho que estou errado em dizer que estas festas vão ter que passar sem mim, este ano.

Primeiro parágrafo de Malone Morre, Samuel Beckett, em tradução de Paulo Leminski.

18 de setembro de 2006

Luiz Vilela me disse que era motivo de orgulho para ele o fato de que seus livros não podem ser encontrados com facilidade em sebos. Isso faz tempo. Ele vê o lado profissional da coisa, claro. Sobrevive graças à venda de suas obras e o livro de segunda mão já não lhe rende um centavo. Eu não escrevo profissionalmente. Nem quando me pedem. Então fiquei contente quando encontrei dois de meus livros na Estante Virtual. É o ciclo dos livros. Quando morrer, espero encontrar meu paraíso neste céu: um sebo gigante, monstruoso, infinito. Ah, e vários livros do Luiz podem ser encontrados na Estante.

17 de setembro de 2006

(...) Fiquei pensando, agora de propósito, em Gertrudis; a querida Gertrudis de pernas longas; a Gertrudis com uma velha cicatriz esbranquiçada no ventre; a Gertrudis calada de olhos pestanejantes, que às vezes engolia a raiva feito saliva; a Gertrudis com uma roseta de ouro no peitilhodos vestidos de festa; Gertrudis, conhecida de cor.
Quando a voz da mulher ressurgiu pensei na tarefa de encarar sem mágoa a nova cicatriz que Gertrudis iria ter no peito, redonda e complicada, com nervuras de um rubro ou de um rosa que o tempo talvez viesse a transformar numa trama pálida, da cor daquela outra, tênue e sem relevo, ágil como um assinatura, que Gertrudis tinha no ventre e que eu reconhecera tantas vezes com a ponta da língua.


Trecho do romance A vida breve, de Juan Carlos Onetti, em tradução de Josely Vianna Baptista.

8 de setembro de 2006

Digo aos meus alunos para se tornarem curiosos. Questionar tudo, eis. Então que, durante a tarde de hoje, perguntei a um amigo se ele sabia a origem da disposição das teclas nas máquinas de escrever (o teclado do computador apenas seguiu o consagrado layout). Isto é, por que qwertyuiop, asdfghjkl e zxcvbnm? A resposta mais interessante achei neste site.
E também um pouco de Saul Bellow: “Assim sendo, aquelas manchas que se encontravam no interior da substância de cada um sempre pontilhariam de reflexos tudo o que o homem procura e tudo o que o circunda.”
O último parágrafo é um trecho de “O planeta do Sr. Sammler” (Mr. Sammler's Planet), em tradução de Denise Vreuls.
Depois a maldita curiosidade me fez procurar a Denise no Google...

4 de setembro de 2006