30 de janeiro de 2006

Carola Saavedra, que lançou em 2005 o livro de contos "Do lado de fora", tem uma maneira de narrar que me agrada muito. Falei, ano passado, do livro dela para o Jornal do Brasil, quando ainda estava com paciência para escrever resenhas. Ela me enviou uma mensagem, sobre a qual comentei em algum post passado:


Oi Whisner,

desculpe a demora em responder, é que eu não queria escrever antes de acabar de ler o seu livro, e como A cidade devolvida não é leitura para se fazer rapidamente, precisei de bastante tempo.

Adorei o livro, muito. O que mais me chamou a atenção no seu texto é que ele não faz concessões, não é daquelas narrativas que pegam o leitor pela mão e vão mostrando o caminho através de setas, sinais luminosos, ao contrário, ele tem algo de labirinto, de abismo, como se a qualquer momento o leitor menos atento pudesse perder o equilíbrio e cair. Fui acompanhando a narrativa como quem tateia, um pouco às cegas, com os sobressaltos e entusiasmos que causam os caminhos inesperados, alguns deles, aliás, percorri muitas e muitas vezes, sem que nunca perdessem o seu quê de armadilha.

Enfim, foi um prazer.

Um grande abraço e a minha admiração

Carola

28 de janeiro de 2006

Maria Stuart não era tão bonita assim, a despeito dos versos de Ronsard e Du Bellay. Sabe-se hoje que foram exageros dos poetas, como explica muito bem Stefan Zweig: Mas os poetas são por vocação sempre exageradores e especialmente os poetas das cortes, quando se trata de glorificar as superioridades de suas soberanas; por isto é com curiosidade que olhamos para os quadros daquela época, os quais têm a garantia da mão magistral de Clouet e com isto nem nos desiludimos nem adquirimos completamente o entusiasmo desses hinos. Não se vê neles irradiante veleza, mas antes uma beleza picante: um oval terno e gracioso, ao qual o nariz um tanto afilado confere aquele encanto provocado pela leve irregularidade que sempre torna um semblante feminino particularmente atraente. (Trecho retirado do livro "Maria Stuart", traduzido do alemão por Odilon Gallotti e publicado em 1936, pela editora Guanabara).

25 de janeiro de 2006

Recebi uma mensagem hoje do escritor Menalton Braff que sintetiza muito bem o que penso do meu novo livro de contos, A cidade devolvida. Pedi autorização ao Braff para postar o e-mail dele e aí vai:

Meu caro Whisner,
Acabei neste momento de ler seu A cidade devolvida e ainda estou sob o impacto de uma leitura que foi um misto de prazer e angústia. Prazer, pela descoberta de sua maneira fragmentária de narrar, com muito de surrealismo, suas inovações. Muito prazer. Angústia pelo lado marginal de alguns contos, com frestas de vidas que transcorrem no fio da faca social, e que observamos como se fosse pelo buraco da fechadura. Prazer e angústia, enfim, como reações estéticas a um dos melhores livros de contos que tenho lido> ultimamente. Brigadão, meu caro, pelo belo presente. Se você entrar no sítio www.menalton.com.br e procurar "Fóruns" no menu, vá até "Recomendados" e lá encontrará o Cidade.
Parabéns, Whisner
Um abraço, Menalton.

Outro dia recebi uma mensagem da escritora Carola Saavedra, que também queria postar aqui, mas infelizmente meu micro foi atacado por um vírus poderoso e tive de formatá-lo (não conseguia mais acessar o HD), motivo pelo qual perdi o e-mail da Carola e conseqüentemente não pude publicá-lo aqui no blog. Carola, se você chegar a ler este post, por favor, me escreva, perdi seu endereço!

12 de janeiro de 2006

Tá. O Jabuti 2006 vem incrementado. Inscrições on line, mais de R$ 120 mil em prêmios. Mas, 150 reais de taxa de inscrição para sócios da CBL e 225 reais para não-sócios é demais, né? Tão querendo que os autores paguem o prêmio? Quem não acredita, é só visitar o site da CBL.