28 de janeiro de 2006

Maria Stuart não era tão bonita assim, a despeito dos versos de Ronsard e Du Bellay. Sabe-se hoje que foram exageros dos poetas, como explica muito bem Stefan Zweig: Mas os poetas são por vocação sempre exageradores e especialmente os poetas das cortes, quando se trata de glorificar as superioridades de suas soberanas; por isto é com curiosidade que olhamos para os quadros daquela época, os quais têm a garantia da mão magistral de Clouet e com isto nem nos desiludimos nem adquirimos completamente o entusiasmo desses hinos. Não se vê neles irradiante veleza, mas antes uma beleza picante: um oval terno e gracioso, ao qual o nariz um tanto afilado confere aquele encanto provocado pela leve irregularidade que sempre torna um semblante feminino particularmente atraente. (Trecho retirado do livro "Maria Stuart", traduzido do alemão por Odilon Gallotti e publicado em 1936, pela editora Guanabara).

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