A mesma situação de 1993. A diferença é que naquela época eu tinha 27 anos, meus pentelhos ainda não haviam embranquecido, e a vista era de frente para o mar.
Naquele final de ano eu acreditava na biologia. Tinha o tempo da espera e não havia me desencantado comigo mesmo. Um cara assim, nesta situação, digamos, de passaporte carimbado - agora entendo - está "apto" para amar e para acreditar nesse sentimento.
A situação em si mesma é um desastre consumado, e o termo "apto" é quase um xingamento, mas não encontro outro que comine ou conjugue melhor a expectativa do devir com a breguice genética de querer ser feliz. Portanto, acreditar na biologia era para mim acreditar no amor.
Primeiros parágrafos do romance "Animais em extinção", de Marcelo Mirisola, lançado em 2008 pela Editora Record.
Um comentário:
Foi um prazer conhecê-lo pessoalmente, estou explorando seu blogue se me permite.
Abraços,
Edson Bueno de Camargo
Postar um comentário