Poema
Porque parece a tez do oceano
o pano da tarde estende caravelas
no fundo do poema
como se nascessem ali
onde o mundo termina.
Porque nasce no que se ausenta
o oceano se perde
no fundo do verso
como se morresse ali
onde o tempo se esvai.
Porque não se percebe
a palavra se contém
no fundo da boca
como se fosse ali
onde a alma se exclui.
Álvaro Alves de Faria, no livro "Sete anos de pastor", lançado pela editora Palimage, de Portugal.
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