"Porque mentem estes tipos?!... O que é engraçado é não perceberem que, quanto mais mentem, mais me ajudam a apurar a verdade! Se todos dissessem a mesma coisa, induzir-me-iam em erro! A mentira de todos seria a verdade para mim! Mas cada um, por conta própria, mente, inventa, borda, aumenta - e é do confronto das mentiras de todos que a Verdade jorrará! Olarila!"
Trecho do romance "Matai-vos uns aos outros", do português Jorge Reis (1926-2005). Publicado em 1961, a história vai em torno da morte de Manuel dos Santos, um poderoso de Vila Velha. O policial Antônio Santiago é incumbido de averiguar as circunstâncias do falecimento. "Durante sete dias, o policial interroga pessoas, envolve-se na vida da cidade, especula daqui e dali e, por fim, assenhoreia-se de uma série de dados que, aos poucos, vão lhe dando conhecimento, não só das pessoas envolvidas no caso, mas também das paixões e jogos de interesses que unem - e desunem - a gente de Vila Velha." Só o prefácio de Aquilino Ribeiro já valeria os poucos tostões usados na compra da obra.
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