A acreditar no que ele dizia, tinha visto, tinha lido, conhecia tudo. Havia exercido todas as profissões, palmilhara o mundo inteiro e tinha amigos por toda a parte. Vivera em todas as cidades e atravessara várias regiões virgens, acompanhando um explorador ou servindo de guia a missões científicas. Conhecia as casas pelo número, as montanhas pela altitude, as crianças pela data de nascimento, os barcos pelo nome, as mulheres pelos amantes, os homens pelos defeitos, os animais pelas qualidades, as plantas pelas virtudes, as estrelas pela influência.
Trecho de Moravagine, romance de Blaise Cendrars, em tradução de Ruy Belo para as Edições Cotovia, Portugal, 1992. Originalmente foi publicado pelas Edições Grasset, em 1926.
Nenhum comentário:
Postar um comentário