21 de janeiro de 2008

Enquanto comíamos sanduíches no capô do carro, nosso guia dava instruções de como agir depois que estivéssemos lá dentro. Aconselhou-nos a evitar tocar nas coisas e a não sair do asfalto. A floresta, a água e a terra detinham mais radiação, portanto deveríamos evitá-las. A rigor, o aconselhável era ficar apenas duas horas dentro de Pripyat, mas essa recomendação, segundo Ivan, não era assim tão rigorosa, caso soubéssemos por onde andar e como contabilizar o tempo em relação ao nível de radiação. É preciso explicar ao leitor que, na Zona de Exclusão, a radiação não pairava uniforme, variando radicalmente metro a metro. Por último, entregou um contador geiger a cada um de nós (em Kiev, isso se vende nas farmácias) e ensinou como usar. O nível médio de radiação na Europa, dizia ele, é de 9 microroentgens por hora (mR/hr), enquanto em Kiev, pela proximidade de Chernobyl, era de 20 mR/hr. Ligamos os aparelhos e, no mesmo instante, o medidor marcou 55 mR/hr.

Trecho da interessante crônica de viagem escrita pelo poeta Márcio-André. Aqui.

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