14 de abril de 2007

No último verão daquele ano ocupávamos uma casa numa aldeia, de onde, além do rio e da planície, víamos as montanhas. O leito do rio era de pedregulho, com grandes pedrouços emergentes, que ao sol apareciam secos e esbranquiçados, a água muito límpida corria azul nos pontos mais fundos.
As tropas de passagem pela estrada erguiam pó e o pó acamava-se sobre as fôlhas. Também o tronco das árvores vivia empoado. As fôlhas caíram cedo naquele ano. Víamos as tropas em marcha pela estrada sempre envolvidas numa nuvem de pó; e víamos as fôlhas caírem ao sôpro do vento; e depois que os soldados passavam, a estrada estendia-se deserta e branca, só pintalgada das fôlhas sêcas.

Hemingway por Monteiro Lobato. A edição que tenho é de 1961, "Adeus às armas", por isso a grafia um pouco diferente. Como é possível, com uma tradução tão absurda e malfeita, imaginar Ernest como um dos maiores escritores norte-americanos?

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