Nós sabemos que muito raramente uma tradução consegue reproduzir a beleza do original (nem vamos discutir aqui sobre estilo).
He paused and gazed at her with his full, hazel eyes, almost hypnotic. "Now I consider," he added, "I can give a woman the darndest good time she can ask for, I think I can guarantee myself."
"And what sort of a good time?" asked Connie, gazing on him stillwith a sort of amazement, tha looked like Thrill; and underneath feeling nothing at all.
"Every sort of a good time, damn it, every sort! Dress, jewels up to a point, any nightclub you like, know anybody you want to know, live the pace... travel and be somebody wherever you go... Damn it, every sort of good time."
He spoke it almost in a brilliancy of triumph, and Connie lokked at him as if dazzled, and really feeling nothing at all. Hardly even the surface of her mind was tickled at he glowing prospects he offered her. Hardly even her most outside self responded, tha at any other time would have been thrilled. She just got no feeling from it, she couldn´t go off." She just sat and stared and looked dazzled, and felt nothing, only somewhere she smelt the extraordinarily unpleasant smell of the bitch-goddess.
A solução de Rodrigo Richter:
Calou-se, e encarou-a com os seus olhos cor de avelã, hipnotizantes.
- Pois bem: creio que posso dar a uma mulher toda a felicidade a que ela aspira. Serei o fiador de mim mesmo.
- Que felicidade? - perguntou Constance, sempre a olhá-lo com uma espécie de estupor que parecia paixão e não era nada.
- Toda a felicidade, todos os prazeres possíveis. Vestidos, jóias, todos os entretenimentos noturnos imagináveis, todas as relações que queira, todas as coisas da moda, viagens, situação social. Enfim, todas as felicidades, todos os prazeres.
Falava com uma espécie de eloquência triunfante que parecia fasciná-la e, no entanto, Constance nada sentia. Todas aquelas brilhantes promessas nem tocavam a superfície de seu ser. Nada nela reagia àspalavras de Mick. Não experimentava nenhum sentimento. Não podia "partir". Não se movia do lugar. Não experimentava sensação nenhuma - salvo a olfativa: o cheiro da deusa-cadela.
Lady Chatterley's lover foi escrito por D. H. Lawrence (1885 - 1930) e publicado em 1928. Dizem que a história é autobiográfica. De qualquer maneira, quem se interessar, pode lê-la aqui.
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